A pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (3) traz pontos que podem justificar os motivos pelos quais o presidente Lula decidiu evitar declarações polêmicas sobre a operação no Rio de Janeiro.
Além de aprovar a operação e classificá-la como um sucesso, a população fluminense tem uma visão de que é preciso endurecer o enfrentamento ao crime organizado, numa linha oposta à que a esquerda costuma adotar, de acordo com a pesquisa do instituto.
O levantamento da Quaest revela que:
- 72% dos moradores do Estado do Rio são a favor de enquadrar o crime organizado como organizações terroristas;
- 85% defendem aumentar a pena de quem comete homicídio a mando do crime organizado; e
- 62% são a favor de proibir visitas íntimas nas prisões para faccionados.
Ou seja, a população quer aumentar a pressão sobre integrantes do crime organizado.
Logo após a operação do governo do Rio contra o Comando Vermelho, Lula evitou levantar qualquer dúvida sobre a importância da medida, apesar do elevado número de mortes durante o confronto das polícias contra os traficantes.
A avaliação é que o governo tinha só a perder se fosse contra uma operação que já havia ganhado o apoio da população nas redes sociais. As pesquisas depois vieram só confirmar.
Principalmente, em relação a um tema: segurança pública, amplamente explorado pela direita.
O PL de Jair Bolsonaro usou a operação para atacar o presidente Lula, lembrando a declaração equivocada dada por ele na Ásia, quando disse que os traficantes são vítimas dos usuários de drogas. Os bolsonaristas viram no episódio e na operação do Rio a oportunidade para sair da defensiva, onde estavam desde o tarifaço de Donald Trump.