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Nessa quinta-feira (7), foi lembrado o dia Nacional de Combate ao Bullying e à Violência na Escola. Data criada após o “massacre de Realengo”, no Rio de Janeiro em 7 de abril de 2011, quando o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira, de 23 anos, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro do Realengoa. Armado, começou a disparar contra os alunos dentro de uma das salas de aula. No ataque matou doze estudantes com idade entre 12 e 15 anos, além de ter deixado outros 20 feridos. O atirador, que havia sido vítima de bullying quando aluno daquela escola em sua adolescência, cometeu suicídio logo após a ação.
Na Bahia, em 2021 e no início deste ano, alguns episódios na região metropolitana de Salvador chamaram atenção. Em um deles, um ônibus levava para casa alunos de escolas estaduais e municipais da cidade de Camaçari, quando um adolescente de 15 anos, que estava sofrendo assédio e homofobia por parte dos colegas desde a volta das aulas presenciais, mas não contou nada a família, começou a ser agredido fisicamente por colegas. Os próprios agressores gravaram e compartilharam o vídeo do ataque. A mãe esteve com a vítima na delegacia para prestar queixa. Após o episódio, o garoto ainda continuou sendo ameaçado pelas redes sociais.
Um levantamento do IBGE, de 2019, mostra que um em cada 10 adolescentes entre 13 e 17 anos já se sentiu ameaçado, ofendido e humilhado em redes sociais ou aplicativos, e 23% já passou por isso fora das redes ou na escola.
“Em média 3 a 4 crianças, cerca de 18,5% da população escolar se envolve com bullying 2 a 3 vezes por semana. ” O professor, escritor e terapeuta Hugo Monteiro Ferreira afirma que, infelizmente, hoje em dia o cyberbullying – prática que envolve o uso de tecnologias de informação e comunicação para dar apoio a comportamentos deliberados, repetidos e hostis praticados por um indivíduo ou grupo com a intenção de prejudicar o outro – piora a situação drasticamente, a gravidade aumenta cerca de 70%.
Para o professor, os caminhos para acabar com essa epidemia do bullying passam por cinco pilares: cuidado; autoconhecimento; convivência; diálogo e amorosidade.
“É necessário que escola e família trabalhem consciência emocional, as crianças precisam saber lidar com elas. […] A escola precisa ter um programa interno para trabalhar as questões emocionais. Depois, deve trabalhar o autocuidado, a autoestima. Alimentação, atividade física, qualidade das relações”, aconselha.
Com informações do G1 e Jornal Estado de Minas