Filarmônia Euterpe Lapense: Patrimônio Cultural de Bom Jesus da Lapa

São 103 anos de história. Uma história que remota o tempo em que a cidade ainda nem era emancipada, mas já concentrava um movimento de artistas e construtores da cultura popular. A Filarmônica Euterpe Lapense surgiu em 1918, sendo apadrinhada pela própria sociedade e se tornando o berço de grandes músicos lapenses. Além disso, sobreviveu a diversos períodos da história não só de Bom Jesus da Lapa, mas do país, inclusive à ditadura militar.
Gilberto Junior, atual regente e professor, foi inspirado pelo pai, Gilberto Rodrigues, que atuou como diretor musical e componente da banda por muitos anos, até falecer em 2020. Ele destaca que a Filarmônica “é um símbolo de resistência e existência, sobrevivendo na região ribeirinha do Rio São Francisco à dilapidação do patrimônio histórico de Bom Jesus da Lapa”.
Os instrumentos utilizados nesta expressão artística são o sopro, clarinete, saxofone, trompete e muitos outros. Ela de destaca como componente de diversos eventos culturais, principalmente os religiosos, estando presente nas principais datas celebrativas da Igreja Católica, a exemplo da Festa do Imaculado Conceição que também é centenária na cidade e é festejada no mesmo dia.
Um dos primeiros regentes da banda foi o senhor Agripino, seguido por muitos outros. Sucedendo vários homens que se doaram pela sobrevivência desta história, Gilberto celebra a melhoria na estrutura de funcionamento da Filarmônica que veio no ano 2000, quando foi formada uma escola de música dentro da organização, que inclusive atende crianças e adolescentes carentes do munícipio. Hoje conta com 25 músicos e 18 alunos e já consegue apoio para se manter. “ Antes de 2000, ela estava meio desativada, eles apenas se juntavam para tocar quando tinha algum evento. A banda teve uns altos e baixos que não foram fáceis para ela”. Outra conquista dos músicos após um século de história, foi do espaço doado pelo governo municipal, A Casa da Música Zeca Bahia, músico lapense homenageado na inauguração da sede da Filarmônica em dezembro de 2020.
Em 103 anos de existência, a organização se destaca como um movimento que vai além da música e dos instrumentos. “Nós temos vários músicos que passaram na universidade e carregam a história da Filarmônica no peito. A Filarmônica não é só uma escola de música, pois ela também mostra ao aluno o caminho do estudo, do companheirismo… é uma prática que faz com que todos caminhem em harmonia”, finaliza.

Morrito Comunicação

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