Celebrado anualmente no dia 25 de outubro, Frei Galvão é o primeiro santo brasileiro e o padroeiro da construção civil. Nesta quarta-feira, devotos de todo o país – principalmente em Guaratinguetá (SP), onde fica o Santuário de Frei Galvão – comemoraram a data dedicada ao sacerdote.
O dia escolhido para sua celebração é o mesmo de sua beatificação, que aconteceu em 25 de outubro de 1998. Ele foi canonizado em 2007 e se tornou o primeiro santo do Brasil, além do primeiro no mundo a receber canonização fora do Vaticano.
Além disso, é conhecido também por ser padroeiro dos construtores civis, arquitetos, engenheiros, pedreiros e pintores. Uma lei nacional de 2016, inclusive, instituiu a data de 25 de outubro como ‘Dia Nacional do Patrono da Construção Civil e dos Profissionais da Engenharia Civil’.
sso porque Frei Galvão chegou a trabalhar como pedreiro e arquiteto. Foi ele quem construiu o Recolhimento de Santa Teresa, atual Mosteiro da Luz, em São Paulo, onde viveu parte de sua vida e morreu.
História de Frei Galvão
Antônio de Sant`Anna Galvão nasceu em Guaratinguetá, cidade do interior de São Paulo que conta com um santuário dedicado ao santo, em 1739.
Sua família era rica e muito ligada à religião. Descendente de portugueses, o pai era capitão-mor da cidade – na época ainda uma vila. A mãe, muito religiosa, foi quem mais o influenciou.
“Então Frei Galvão nasceu em um berço cristão e cresceu em um ambiente religioso e de fé. Com cerca de 13 anos, ele foi para a Bahia estudar com os jesuítas. Voltou para Guaratinguetá com cerca de 20 anos, já ingresso nos franciscanos”, explica o reitor do santuário, Frei Diego Atalino de Melo.
De acordo com Frei Diego Atalino, o religioso voltou transformado do seminário, com o coração tocada pelas experiências que teve na Bahia.
Desde então, se dedicou ao amor ao próximo. Embora tenha nascido em Guaratingue tá, foi em São Paulo que Frei Galvão morou a maior parte da vida e onde desenvolveu sua fama de santidade.
“Suas principais características eram a defesa da vida, caridade e ajuda aos pobres. Era muito próximo das pessoas, dos peregrinos. Sempre esteve à disposição de todos, pronto para ajudar. Ele teve muito amor ao próximo”, destaca Frei Diego.
Segundo o reitor do santuário dedicado ao santo, seus milagres estão relacionados às pílulas – pequenos papeizinhos enrolados com uma oração de Maria Imaculada. Elas eram entregues por Frei Galvão a pessoas que passam por alguma aflição e almejavam alcançar uma graça.
No caso mais conhecido, um homem com dores provocadas por cálculos renais procurou o religioso e o pediu ajuda para que se livrasse da dor. Ao ingerir a pílulas, o paciente se recuperou. Até hoje, as pílulas são muito conhecidas e distribuídas entre os devotos – leia mais detalhes aqui.
“Existem diversos milagres atribuídos a ele. Principalmente relacionados às pílulas. Isso fez com que ele tivesse uma fama muito grande de santidade. Ele morreu com essa fama”, explica o Frei Diego.
Frei Galvão morreu aos 83 anos em São Paulo, no Mosteiro da Luz, em 1822
Primeiro santo brasileiro
Frei Galvão se tornou santo em 2007. Além de ser o primeiro santo brasileiro, ele é também o primeiro santo canonizado fora do Vaticano.
“Foi o primeiro santo canonizado fora de Roma. Isso é o ápice do reconhecimento. E também o primeiro santo brasileiro, o que abriu o caminho para que outros fossem (canonizados). É um grande feito. Depois de mais de 500 anos da presença católica no Brasil, ele conseguiu ser o primeiro santo e isso elevou o país no contexto internacional”, explica Frei Diego.
De acordo com ele, o processo para que um religioso se torne santos é demorado e burocrático.
“Para se tornar um santo, é preciso que os milagres sejam atestados. Isso passa por um processo de confirmação oficial, por peritos e médicos”.
No caso do Frei Galvão, esse processo começou em 1990. Ele foi beatificado em 1998 e, finalmente canonizado, em 2007.
Fonte: G1
