O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou, neste sábado (24), críticas ao alto preço do botijão de gás no Brasil — que atualmente ultrapassa os R$ 100 — e afirmou que “alguém está ganhando muito dinheiro com isso”. A declaração foi feita durante um evento público em que Lula reforçou a importância de combater a chamada “pobreza energética” e garantir dignidade às famílias de baixa renda.
Como resposta direta a essa situação, Lula prometeu lançar ainda neste ano o programa “Gás para Todos”, com o objetivo de garantir o acesso gratuito ao gás de cozinha para famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). A nova iniciativa vai substituir e ampliar o atual Auxílio Gás, que hoje atende cerca de 5,6 milhões de famílias. Com o “Gás para Todos”, a meta do governo é beneficiar até 20 milhões de famílias até o fim de 2025.
A distribuição será feita por meio de parcerias com revendedoras de gás autorizadas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), e o pagamento será realizado diretamente pelo governo às distribuidoras, sem repasse de dinheiro para os beneficiários. As famílias poderão retirar o botijão gratuitamente apresentando CPF e inscrição ativa no CadÚnico.
O programa será financiado com recursos do Fundo Social do Pré-Sal, que destina parte dos royalties da exploração de petróleo e gás à área social. O custo estimado da nova política é de R$ 13,6 bilhões por ano a partir de 2026 — um valor 267% superior ao orçamento atual do Auxílio Gás. A medida também visa evitar que famílias recorram a lenha ou álcool para cozinhar, práticas perigosas e insalubres.
Além do impacto social, o governo pretende usar o programa para enfrentar irregularidades no mercado de gás, como a atuação de grupos criminosos que comercializam botijões de forma clandestina e com preços abusivos. Segundo Lula, garantir que o gás chegue diretamente à casa dos mais pobres é uma questão de justiça social e compromisso com a qualidade de vida da população.
O projeto de lei que cria oficialmente o “Gás para Todos” será enviado ao Congresso Nacional nos próximos dias, e o governo espera sua aprovação ainda neste semestre para iniciar a implementação em 2025. Apesar dos desafios logísticos e políticos, a proposta é vista como um dos pilares da estratégia do governo para fortalecer a rede de proteção social e combater as desigualdades no país.