Durante um evento realizado neste domingo (1º) no Recife, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou que, se depender dele, a extrema direita não voltará a governar o Brasil. Em tom descontraído, Lula declarou: “Podem ter certeza de uma coisa: se eu estiver bonitão do jeito que estou, apaixonado do jeito que estou e motivado do jeito que estou, a extrema direita não volta a governar esse país”. A fala arrancou risos e aplausos do público presente, composto por apoiadores, lideranças políticas locais e movimentos sociais.
O discurso, carregado de simbolismo político, reforça o posicionamento do presidente como principal antagonista do campo da extrema direita, especialmente do bolsonarismo, que ainda mantém forte influência entre setores conservadores da sociedade. Embora Lula não tenha confirmado oficialmente se será candidato à reeleição em 2026, a declaração foi interpretada como um indicativo de que ele pretende continuar atuando ativamente na articulação política e na disputa de narrativas nos próximos anos.
Lula também aproveitou o evento para defender a democracia, criticar retrocessos e exaltar conquistas de seu governo, como a retomada de programas sociais e o crescimento do investimento público. “Nós sabemos o que enfrentamos e o que queremos evitar que o Brasil enfrente de novo”, afirmou, numa referência indireta ao governo anterior de Jair Bolsonaro (PL).
A repercussão foi imediata. Aliados elogiaram o entusiasmo do presidente e reforçaram o compromisso com a luta contra o extremismo político. Já integrantes da oposição criticaram o tom do discurso, acusando Lula de alimentar a polarização e de utilizar a máquina pública para promover seu grupo político.
A fala acontece em um momento de reorganização das forças políticas no país, com a direita buscando alternativas para 2026 diante da inelegibilidade de Bolsonaro, enquanto o PT e os partidos aliados tentam consolidar uma base sólida para sustentar o atual governo e um eventual projeto de continuidade.
Com a declaração, Lula deixa claro que não pretende se afastar do debate político e que usará seu capital simbólico e sua popularidade para influenciar os rumos do país nos próximos anos — seja como candidato ou como articulador de um novo nome dentro do seu campo político.