A tradicional Festa do Bom Jesus da Lapa foi celebrada nesta sexta-feira (6), reunindo milhares de romeiros pelas ruas da cidade e nas celebrações no Santuário. O evento, um dos maiores da Bahia, trabalhou a temática do Ano Jubilar e comemorou os 334 anos da chegada da imagem do Bom Jesus.
A programação teve o seu ápice com a Missa Solene da Transfiguração do Senhor, às 7h, na Esplanada do Santuário. A celebração foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Rubival Cabral Britto, que na homilia falou sobre a importância da conversão e da renovação da fé.
“A transfiguração do Bom Jesus toca tudo: nossas vísceras, nosso sangue, nossa existência, nossas relações, e nos envia em missão. Transfigurados para transfigurar. Saiamos daqui, deixando mágoas, rancores, indiferenças, preconceitos, apegos desordenados, mentiras e toda forma de corrupção. Deixa cair por terra o que não te pertence. Segue, portanto, o dom da graça da vida, transfigurada pela luz do Bom Jesus”, disse Dom Rubival.
Ao longo do dia, fiéis passaram pela Gruta, acenderam velas e rezaram, renovando sua fé e devoção. Eles também puderam acompanhar, pela primeira vez, o translado com a Imagem do Bom Jesus para a Catedral, conduzida pelo Corpo de Bombeiros.
A procissão de encerramento partiu da Catedral Nossa Senhora do Carmo, às 17h, levando o andor que homenageou o fundador do Santuário, padre Francisco de Mendonça Mar, conhecido como Padre Francisco da Soledade.
Entre os participantes da procissão estava Mateus Guedes, morador da cidade, que ajuda na condução do andor. “O sacrifício é muito pequeno. Na verdade, é uma honra conduzir o Bom Jesus e ter o privilégio de ser de Bom Jesus da Lapa”, disse.
A celebração de encerramento foi presidida por Dom Rubival, com reflexão feita pelo bispo emérito de Araçuaí (MG), Dom Esmeraldo Barreto. Ele falou sobre a missão dos romeiros e a necessidade de serem testemunhas da esperança.
“A transfiguração é como o movimento do coração, que sobe e desce. Jesus sobe ao monte com os discípulos e depois desce para a vida de todos nós. Assim também nós, romeiros, somos chamados a mudar, a ser luz nas famílias, comunidades e no trabalho”, destacou Dom Esmeraldo.
O reitor do Santuário, padre Roque Silva, destacou a importância da homenagem ao fundador e a necessidade de preservar a Romaria.
Para o padre Roque, “sem o Padre Francisco não teríamos a Romaria. Ela é o legado dele, e nós somos os beneficiários desse legado. Somos continuadores dessa história e não podemos deixar a Romaria acabar.”
O reitor também agradeceu a todas as instituições envolvidas na organização da Festa do Bom Jesus e ressaltou a importância para a cidade.
“Somos uma das romarias mais antigas do Brasil, com 334 anos, e isso precisa ser mais conhecido. É fundamental que haja investimentos estaduais e federais para que a Romaria cresça e a cidade se prepare para acolher melhor os visitantes, sobretudo na questão da hospedagem,” concluiu.
Fonte: Santuário do Bom Jesus da Lapa.