Uma comitiva composta por 12 políticos brasileiros desembarcou em Israel em 7 de junho de 2025 com o objetivo de fortalecer laços estratégicos e buscar novas tecnologias na área de segurança pública. A missão, organizada pelo Consórcio Brasil Central (BrC), envolve representantes do Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Tocantins e Rondônia — estados de base majoritariamente conservadora.
O grupo, que inclui governadores, primeiras-damas e secretários de segurança, cumpre uma agenda que passa por reuniões com o governo israelense, visitas a instalações de tecnologia militar e encontros com empresas especializadas em inteligência e controle urbano. O foco, segundo os organizadores, é adaptar soluções israelenses ao combate à violência nas capitais e regiões metropolitanas do Centro-Oeste brasileiro.
Entretanto, a visita causou controvérsia. Ocorre em meio à prisão do ativista brasileiro Thiago Ávila por autoridades israelenses, acusado de tentar cruzar com suprimentos para a Faixa de Gaza. Movimentos sociais e parlamentares da oposição criticam a viagem, classificando-a como insensível e financiada com recursos públicos em um momento de tensão humanitária.
“É um contrassenso. Enquanto um brasileiro é detido e mantido incomunicável, governadores vão a Israel como se fosse uma missão turística de luxo”, criticou a deputada federal Talíria Petrone (PSOL-RJ).
Apesar da repercussão negativa, os integrantes da missão defendem a agenda. “Estamos aqui para buscar soluções que salvem vidas nas nossas cidades. A política externa é atribuição da União, mas segurança pública é dever de cada estado”, afirmou um dos governadores, sob condição de anonimato.
A viagem, que deve durar até o fim de junho, ainda prevê a assinatura de memorandos de entendimento entre estados brasileiros e startups israelenses de monitoramento e policiamento preditivo.