O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, negou nesta segunda-feira (30) qualquer possibilidade de interromper os bombardeios na Faixa de Gaza. Citando a Torá, o livro sagrado do judaísmo, Netanyahu disse que esse não é o tempo da paz, mas da guerra.
Na sexta-feira, a Assembleia Geral da ONU aprovou por ampla maioria uma resolução que determina o cessar-fogo imediato.
Antes de falar a imprensa, Netanyahu usou as redes sociais prestando solidariedade a três mulheres sequestradas pelo Hamas que tiveram um vídeo divulgado pelo grupo nesta segunda-feira. No vídeo, uma delas critica a inação do governo israelense em relação aos reféns. O Hamas propos a troca dos cerca de 200 reféns pelo que eles chamam de presos políticos. Segundo o último relatório das Nações Unidas há mais de 5 mil palestinos em prisões israelenses, incluindo 160 crianças. Cerca de 1.100 deles detidos sem acusação ou julgamento.
No pronunciamento, Netanyahu exigiu a liberação de todos os reféns imediatamente e voltou a exigir que os civis evacuem o norte da Faixa de Gaza.
A região apontada pelo primeiro ministro como área segura é o sul da Faixa de Gaza. Mas Hasan Rabee uma das 34 pessoas que esperam ser resgatadas pelo governo brasileiro e que está em Khan Yunis, cidade que fica justamente ao sul da Faixa de Gaza, confirmou que o prédio ao lado onde os brasileiros estão abrigados foi bombardeado nesta segunda-feira e foi preciso evacuar a área.
Hasan e outros brasileiros também contam que é preciso racionar a água e que para conseguir um único pão é preciso enfrentar filas de até 5 horas. No sábado, um depósito de Alimentos da ONU que tinha acabado de ser abastecido com alimentos vindo do Egito foi invadido. Em nota, as Nações Unidas afirmaram que o saque de alimentos “é um sinal preocupante de que a ordem civil está começando a ruir depois de 3 semanas de guerra”.
Nesta segunda-feira à tarde, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, conversou ao telefone com o Secretário de Estado dos Estados Unidos. Eles falaram sobre novas tentativas de acordo no Conselho de Segurança da ONU. Desde o começo da crise, o Brasil já apresentou quatro propostas de resolução, mas que tem sido vetadas ora pelos Estados Unidos, ora pela Rússia. Eles também falaram sobre a emergência humanitária na Faixa de Gaza e a situação da fronteira entre o Egito e Gaza. Há três semanas o governo brasileiro negocia a abertura da fronteira para poder retirar os brasileiros da zona de conflito.
Desde o dia 7 de outubro até essa segunda-feira, dia 30 de outubro, mais de 8 mil palestinos morreram em Gaza. Sete a cada 10 das vítimas são mulheres e crianças. Mais de 1,4 milhão pessoas estão desabrigadas, 60% da população de Gaza. A violência também cresceu na Cisjordânia, território palestino que não está sob controle do Hamas, onde 121 pessoas foram mortas ou por colonos ou pelas forças armadas israelense. No mesmo período foram mortos mais de 1.400 israelenses, a maioria no dia 7 de outubro.
Fonte: Rádio Agencia