Foto: Reprodução
A Universidade Federal de Goiás (UFG) é uma das instituições federais de ensino superior (Ifes) atingidas pelo mais recente corte orçamentário sofrido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). E desde o primeiro momento em que a possibilidade de contenção foi cogitada, a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PRPG) da instituição buscou se inteirar da veracidade da informação e de como esses cortes estavam sendo feitos no Ministério da Educação (MEC) e na Capes.
A principal preocupação era a de mensurar o impacto dessa medida para os mestrandos, doutorandos e residentes. Segundo a instituição, caso o bloqueio de recursos não seja revertido, no mínimo 1.500 bolsistas de mestrado, doutorado, pós-doutorado e residentes da área da saúde da universidade podem ficar sem receber o pagamento das bolsas do mês de dezembro. Somadas, essas remunerações equivalem a aproximadamente R$ 4 milhões.
Na avaliação do pró-reitor da PRPG, Felipe Terra, esses bloqueios precisam ser revertidos com urgência a fim de evitar prejuízo aos beneficiários. “O impacto pode ser desastroso não só na atividade da pesquisa em si, mas também no cotidiano dessas pessoas que na grande maioria dependem única e exclusivamente dessas bolsas para viver”, destaca.
Felipe Terra explica que a Capes é muito rigorosa com relação aos mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos, impedindo o acúmulo de bolsas de pós-graduação com outras fontes de remuneração. “Essas pessoas dependem exclusivamente dessas bolsas para pagar aluguel, alimentação, transporte, saúde, todos os gastos pessoais, além do que investem academicamente”, ressalta.
Por conta disso, professores, estudantes e pesquisadores de universidades federais de todo o país se mobilizam para iniciar, a partir desta quinta-feira, 8, uma paralisação contra os cortes orçamentários que o governo federal impõe para se adequar ao limite do teto de gastos. Os bolsistas que dependem desse benefício para custear seus estudos e, muitas vezes, bancar a vida em outra cidade ou outro país iniciaram uma onda de cobrança.
De acordo com a PRPG UFG, no mínimo 1.231 bolsistas de mestrado (560), doutorado (641) e pós-doutorado (30) da Capes estão na iminência de ficar sem receber a remuneração referente ao mês de dezembro de 2022. O mesmo pode ocorrer a pelo menos 437 residentes integrantes da Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde – Coremu (187); e da Comissão de Residência Médica – Coreme (250).
Fonte: Jornal Opção