Câncer infantil na Bahia: Retinoblastoma chama a atenção de pais para diagnóstico precoce

Foto: Reprodução

 

O retinoblastoma, tipo raro de câncer ocular, continua circulando como um tema nas rodas de conversa e redes sociais após o apresentador Tiago Leifert revelar que sua filha, de 1 ano, foi diagnosticada com a doença. Segundo o Ministério da Saúde, retinoblastoma é o tumor ocular mais comum em crianças, representando cerca de 3% dos cânceres infantis, chegando a uma média de 400 casos por ano.

De acordo com dados da Secretaria da Saúde da Bahia (Sesab), da Superintendência de Vigilância em Saúde (Suvisa), e da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), o número de internações por retinoblastoma cresceu de 2019 a 2021 na Bahia.

Em 2019 na Bahia, foram registradas as internações de 20 crianças de 01 a 04 anos de idade, e nenhuma com menos de 01 ano ou entre 05 a 09 anos. Os únicos dois óbitos pelo câncer foram registrados no ano.

Em 2020, quatro crianças com menos de 01 ano foram internadas, 19 crianças de 01 a 04 e nenhuma de 05 a 09 anos.

Em 2021, três internações por retinoblastoma foram registradas tratando-se crianças com menos de 01 ano de idade, 24 internações de crianças com 01 a 04 anos e nenhuma com crianças de 05 a 09 anos.

Entre os residentes de Salvador, em 2019, foram registradas as internações de cinco crianças de 01 a 04 anos de idade, e nenhuma com menos de 01 ano ou entre 05 a 09 anos.

Em 2020, foram registradas as internações de uma criança com menos de 01 ano, três crianças de 01 a 04 e nenhuma de 05 a 09 anos de idade. Em 2021, foram feitos sete registros de crianças entre 01 a 04 anos de idade.

Existem três tipos de retinoblastoma. A maioria dos casos, entre 60% e 75%, é unilateral, quando afeta um olho. Destes, 85% são esporádicos, e os demais são casos hereditários. Já o bilateral é quando os dois olhos são afetados, sendo quase sempre hereditário.

Em conversa com o Bahia Notícias, Juliana Costa, oncopediatria do Hospital Santa Izabel em Salvador, que possui tratamento para o câncer, alerta que o diagnóstico precoce é capaz de mudar a vida de uma criança.

“A orientação da Sociedade Brasileira de Pediatria é que o bebê faça a primeira consulta com o oftalmologista antes dos seis primeiros meses de vida e depois mais uma com um ano de vida e continue anualmente”, explica.

Para diagnóstico da doença, é necessário realizar o teste do olhinho, mais um dos vários testes de triagem neonatal recomendado por pediatras.

“O teste do olhinho surgiu de uma demanda e de uma pressão do grupo da oncologia pediátrica e da oftalmopediatria oncológica. Foi um teste feito para o diagnóstico de retinoblastoma, lógico que quando se acha alguma alteração no exame pode não necessariamente ser retinoblastoma e sim outras malformações congênitas oculares, mas que podem aparecer no teste do olhinho”, diz a especialista.

Juliana ainda ressalta que o tratamento quando feito a partir de um diagnóstico precoce pode evitar a quimioterapia com chance de 100% de cura se o tumor estiver dentro do olho. “Se o tumor ‘sai do olho’ esse prognóstico muda completamente, é 8 ou 80, as chances de cura caem bruscamente”, afirma.

Via Bahia Notícias

Ailton Junior

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