‘Chantagem extrema’ obrigou jogadores da Alemanha a deixar de usar braçadeira ‘OneLove’, diz Federação alemã

Foto: Reprodução

As federações de futebol que planejavam usar as braçadeiras ‘OneLove’ – uma campanha contra a discriminação durante a Copa do Mundo no Catar – durante os jogos do mundial enfrentaram uma “chantagem extrema” que levou ao cancelamento da ação, afirmou nesta terça-feira (22) a Federação Alemã de Futebol (DFB).

Na segunda-feira (21), pouco antes de sua estreia na Copa, Inglaterra e outras seis seleções – País de GalesBélgicaHolandaSuíçaAlemanha e Dinamarca – divulgaram uma declaração conjunta na qual diziam ter desistido da campanha após a Fifa ameaçar dar cartão amarelo aos jogadores que usassem a braçadeira multicolorida, em referência à bandeira do movimento LGBTQIA+.

A homossexualidade é ilegal no Catar, que é constantemente criticado por violações dos direitos humanos.

O diretor de mídia da DFB, Steffen Simon, disse à rádio alemã Deutschlandfunk que a Inglaterra foi ameaçada com várias sanções esportivas.

“O diretor do torneio foi até o time inglês e falou sobre várias violações de regras e ameaçou com sanções esportivas massivas sem especificar quais seriam”, disse ele.

Simon, que não especificou se foi a Fifa quem fez as ameaças, disse que as outras seis nações decidiram “mostrar solidariedade” à Inglaterra e não usar também a braçadeira.

“Perdemos a braçadeira e é muito doloroso, mas somos as mesmas pessoas de antes com os mesmos valores. Não somos impostores que afirmam ter valores e depois os traem”, afirmou. “Estávamos em uma situação extrema, em uma chantagem extrema e pensamos que tínhamos que tomar essa decisão sem querer.” 

A seleção inglesa não quis comentar o assunto. A Fifa ainda não havia se manifestado até a última atualização desta notícia.

Dentro da Alemanha, a reação à desistência da DFB em usar as braçadeiras. A rede de supermercados REWE cancelou acordo de patrocínio que tinha com a federação, cuja reputação foi manchada nos últimos anos. Quatro ex-presidentes renunciaram em meio a acusações de corrupção e outros escândalos.

“Posso entender a decepção. Tínhamos a escolha entre a peste e o cólera”, disse Simon. 

Enquanto as nações europeias decidiram retirar as braçadeiras, a seleção do Irã se recusou a cantar seu hino antes de sua partida de estreia da Copa do Mundo na segunda-feira (21), em sinal de apoio aos protestos em massa em casa e à violenta repressão estatal aos distúrbios.

“Temos muito respeito pelo que a equipe do Irã fez ontem”, disse Simon. “Sentimos com as mulheres iranianas. Sim, não temos mais o símbolo, mas ainda defendemos os valores associados a este símbolo.

“A DFB está em uma oposição fundamental dentro da Fifa”, disse ele.

Fonte: G1

Ailton Junior

Ailton Junior

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