Governo brasileiro fecha contas de 2023 com déficit histórico de R$ 230 bilhões

As contas do governo fecharam 2023 com um rombo de mais de R$ 230 bilhões.

Os números são do Tesouro Nacional. Em 2023, os gastos federais foram maiores que a receita, causando o chamado déficit primário. O rombo foi de R$ 230,5 bilhões – 2% do PIB, o conjunto de riquezas produzidas pelo país em um determinado período, o pior resultado desde 2020, ano em que começou a pandemia de Covid.

O déficit de 2023 foi maior que a projeção do Orçamento de 2023, aprovado pelo Congresso – de um resultado negativo de até R$ 228 bilhões. Também superou a última projeção do governo, de novembro de 2023, que estimava um déficit de R$ 177 bilhões. E derrubou a projeção do ministro da fazenda, Fernando Haddad, de um rombo de até 100 bilhões ou 1% do PIB.

O economista e pesquisador Bráulio Borges disse que ainda é possível fechar o ano cumprindo o resultado de meta zero, mas que seria apenas um primeiro passo em direção ao equilíbrio fiscal.

“O Brasil ainda está bem longe de atingir um quadro de sustentabilidade fiscal. A gente fala muito da meta de zerar o déficit nesse ano, mas o Brasil precisa chegar a um superávit primário de 1% do PIB – pelo menos 1% do PIB -, para que a nossa dívida pública, como proporção do PIB, fique estável ao longo do tempo. Não adianta só zerar o déficit. Essa é a conta da sustentabilidade”, argumenta.
O economista Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central, afirmou, no entanto, que o resultado do ano passado é um sinal negativo e que é preciso buscar mais.

“Eu não diria ainda que existe um descontrole total, ainda há chance de se melhorar esse resultado em 2024, mas os sinais não são positivos. Não apenas pelo número em si, mas pelas ações que estamos vendo do próprio governo e do Congresso. Sempre na direção de aumentar gastos. De aumentar gastos ou manter privilégios pra determinados segmentos da sociedade. É preciso ter uma mudança de mentalidade. É preciso considerar que a situação fiscal é grave e que não se pode criar despesa sem levar em consideração os efeitos negativos que esse aumento de gastos terá sobre a sociedade brasileira mais cedo ou mais tarde”, sentencia

No começo da noite desta segunda-feira (29), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, reforçou que se não fossem os pagamentos dos precatórios e a compensação do ICMS, as contas fechariam com um déficit próximo a projeção dele do começo do ano passado:

 

Raiane Borges de Oliveira

Raiane Borges de Oliveira

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