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A greve dos servidores, peritos e médicos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) chegou ao 11º dia nesta quinta-feira (7) na Bahia e os serviços continuam suspensos em todos os 140 postos e agências em Salvador e no interior do estado.
A greve teve início no dia 28 de março e conta também com a participação dos médicos do órgão, que aderiram à paralisação no dia 31 de março. Nesta quinta-feira (7), a categoria se reúne em uma nova assembleia em Salvador para definir os rumos do movimento.
Mesmo sem o funcionamento das atividades, alguns beneficiários foram até as unidades nesta quinta-feira para tentar realizar a perícia, que já havia sido agendada previamente pelo órgão.
Moradores de cidades do interior do estado tentaram a realização do exame na capital baiana, mas não conseguiram ser atendidos.
“Eu marquei para o dia 29 de março. Chegando lá, disseram que não iria ter perícia porque o INSS estava em greve. Eles remarcaram, chegou nessa situação e está a mesma coisa. Eu com quatro crianças pequenas em casa, amputei o dedo do pé e estou sem receber o benefício”, disse Adson dos Santos, usuário que buscou a agência de Brotas, em Salvador.
Os servidores estão reunidos em assembleia na manhã desta quarta para definir o rumo do movimento de greve.
Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Federais em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Sindprev), a categoria reivindica a realização de concurso público para suprir a carência de quadro de pessoal na Previdência e também a reposição salarial de 19,9%, que, segundo a entidade, corresponde às perdas acumuladas nos últimos três anos.
‘Benefício será pago de forma retroativa’, diz especialista
O advogado Eddy Parish, especialista em direito previdenciário, destacou que a greve é dos servidores do INSS, não do órgão em si. Portanto, a recomendação é que os beneficiários continuem a requerer os benefícios por meio das plataformas online – como o próprio site do INSS.
“É importante estabelecer que a relação do segurado é com o INSS. E o órgão não entrou em greve. Então, é preciso que o segurando continue a dar entrada nos benefícios através das plataformas online e dos advogados. Isso garantirá a data de entrada no requerimento, ainda que não haja perícia imediata”, disse.
Segundo Parish, através do pedido, o cidadão poderá acionar a Justiça para ter acesso ao benefício. Além disso, quem ainda não recebe o auxílio pela falta da perícia, deve solicitar o requerimento porque o benefício será pago de forma retroativa, seguindo a data que o atendimento foi marcado.
“O dia que ela requerer, é o que fixa a data de início do benefício. Quando for concedido, ela receberá, se deferido for, retroativamente até a data que ela deu entrada no sistema”, pontuou.
Como reagendar o atendimento
Mesmo sem uma data para o fim da greve, é possível reagendar atendimentos pelo site, pelo aplicativo Meu INSS e pelo telefone 135. Outra opção é acessar o site ou Meu INSS e tentar a realização do serviço pela plataforma, antes de procurar uma agência.
Entre os serviços disponíveis na plataforma estão: pedido e acompanhamento de aposentadorias, benefício assistencial e pensão por morte, pedido do salário-maternidade, de auxílio-doença, consulta à revisão do benefício, pedido de recurso de benefício e certidão de tempo de contribuição.
Pelo app também é possível enviar documentos digitalizados, escaneados ou fotografados pelo celular. Depois de solicitar, o segurado pode acompanhar o andamento do pedido, com o protocolo de requerimento. Esse acompanhamento pode ser feito pelo aplicativo ou telefone 135.
Se a agência estiver aberta e os servidores se negarem a prestar atendimento, é recomendado pedir um documento que comprove o comparecimento ao local. O segurado pode solicitar, ainda, que o serviço seja reagendado pelo atendente – e depois confirmar a remarcação pelo 135, pedindo número de protocolo.
Fonte:G1