Um estudo divulgado nesta quarta (5) sobre o desperdício de água no Brasil mostra que a água tratada jogada fora poderia abastecer 54 milhões de pessoas durante um ano.
A pesquisa “Estudo de Perdas de Água 2024: Desafios na Eficiência do Saneamento Básico no Brasil” mostra ainda que mais de 32 milhões de brasileiros vivem sem esse recurso.
O levantamento foi feito pelo Instituto Trata Brasil, organização da sociedade civil que busca a universalização do saneamento no país, em parceria com a consultoria GO Associados.
A análise foi elaborada a partir de dados públicos do Sistema Nacional de Informações sobre saneamento. Segundo a pesquisa, o processo de abastecimento de água pode gerar perdas por vazamentos, erros de medição e consumos não autorizados, por exemplo. Esses desperdícios trazem impactos negativos ao meio ambiente e aos custos de produção.
No Brasil, as perdas na distribuição antes de chegar às residências brasileiras somam quase 38% da água. Uma redução para 25% traria ganhos superiores a 40 bilhões de reais até 2034. Porém, alguns locais já superaram essa meta. Nove cidades do país se destacaram pela baixa porcentagem de perda de água: Goiânia, capital de Goiás, foi a que teve o menor índice, com 17,27% de perda.
Outro destaque foi Petrópolis, no Rio de Janeiro, a sétima cidade brasileira com a menor perda, com 23,35%. A presidente-executiva do Instituto Trata Brasil, Luana Pretto, aponta o que pode ser feito para reduzir o desperdício de água.
O estudo mostra ainda que o volume total de água não faturada em 2022 equivale a quase 7.636 piscinas olímpicas de água tratada jogada fora todos os dias ou mais de sete vezes o volume do Sistema Cantareira –o maior conjunto de reservatórios do estado de São Paulo.