Com Jair Bolsonaro (PL) fora da disputa eleitoral, os partidos de oposição já admitem dificuldades em viabiizar um nome que consiga vencer Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026.
Na semana passada, perguntado se a direita lançará um candidato para as próximas eleições presidenciais, um dirigente partidário resumiu o desânimo: “O ano de 2026 é fato consumado, mas 2030 está logo ali”, lamentou.
Foco no Senado
Com a provável reeleição do petista, o consórcio da oposição, formado por PL, PP, Republicanos e Novo, mudou o campo de guerra. Em reunião recente, decidiram posicionar sua principal artilharia na batalha pelo Senado Federal.
A nova estratégia chegou ao Palácio do Planalto, que iniciou uma correção de rota para evitar que a Casa Legislativa se torne uma dor de cabeça para Lula.
E não apenas para Lula, mas também para o Supremo Tribunal Federal, já que a Casa Legislativa é responsável pela análise de impeachment de magistrados
O PL, por exemplo, deve colocar seus principais cabos eleitorais na disputa ao Senado: Michelle Bolsonaro, Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro.
A expectativa é de que também disputem uma vaga de senador os governadores Cláudio Castro (Rio de Janeiro), Romeu Zema (Minas Gerais) e Ratinho Júnior (Paraná), alinhados à direita.
Além de deputados federais como Arthur Lira (PP-AL), Marcel van Hattem (Novo-RS), Bia Kicis (PL-DF) e Carla Zambelli (PL-SP).
“Redução de danos”
Com o receio de uma onda de direita, que possa levar um conservador para o comando do Senado, Lula começou a planejar uma contraofensiva.
O petista avalia a necessidade de evitar uma onda de direita, já que haverá renovação de dois terços da Casa Legislativa.
E o esforço pode afetar até mesmo a chapa à reeleição do petista.
Isso porque, na tentativa de evitar que a direita eleja dois senadores em São Paulo, o presidente tem considerado uma candidatura do vice-presidente Geraldo Alckmin, do PSB.
Nesse cenário, o petista considera retomar a dobradinha PT e MDB, com a ministra Simone Tebet (Planejamento) ou governador Helder Barbalho (Pará) como candidato a vice-presidente.
No Rio de Janeiro, o ex-secretário executivo do Ministério da Justiça Ricardo Cappelli, também do PSB, surgiu como uma alternativa para tentar garantir uma das vagas.
Assim como o ministro Alexandre Silveira (Minas e Energia) em Minas Gerais, já que o presidente trabalha pelo apoio ao senador Rodrigo Pacheco como candidato ao governo mineiro.
Assim como a direita é pessimista sobre a Presidência da República, a esquerda, no entanto, não alimenta grandes expectativas para o Senado Federal, apesar do esforço de fazer uma contraofensiva. “O esforço não é de vitória retumbante, mas de redução de danos”, resumiu ministro realista.
Fonte: CNN